quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Plataforma colaborativa mapeia incêndios em favelas de SP

Plataforma colaborativa mapeia incêndios em favelas de SP:

Para investigar as causas e as consequências dos incêndios que vêm ocorrendo com frequência cada vez maior na capital paulista, projeto cria mapa interativo
Por Mayara Penina, no Blog Mural
“Por que os incêndios em favelas de São Paulo ocorrem, onde e o que acontece com os moradores desses lugares depois?”. Foi para responder essas perguntas que a jornalista Patrícia Cornils começou a tabular as matérias que saíram na imprensa sobre os incêndios.
A partir desses dados, nasceu a plataforma “Fogo no Barraco” que, de maneira colaborativa, fornece informações sobre os incêndios que acontecem nas favelas paulistanas desde 2004, além de cruzar com informações sobre a valorização imobiliária dos bairros.
“Depois do incêndio do Morro do Piolho ou do Jardim Sônia Ribeiro [Dia 3/9 no Campo Belo, zona sul da capital], abri a tabela no Facebook e pedi ajuda para completar os dados. Dezenas de pessoas ajudaram. O Pedro e mais algumas pessoas pegaram as informações e mapearam. E ainda não acabou, estamos recebendo informações, sugestões, e ajuda”, conta Patrícia, que é integrante da comunidade Transparência Hacker.
O programador Pedro Moraes nem conhecia Patrícia antes de ver seu post sobre a planilha sendo retuitado. “Comecei a discutir com alguns amigos a possibilidade de transformar os dados em uma ferramenta visual. Ainda está no começo, vamos integrar muito mais números nos próximos dias e, felizmente, está aparecendo muita gente disposta a ajudar”, comemora.
Paraisópolis, na zona sul, foi a última atingida por um incêndio, em 10/9. As famílias desabrigadas estão em casas de amigos e parentes. Segundo o presidente da Associação de Moradores e Comércio, Joildo Santos, até segunda-feira elas serão contempladas com o aluguel social.
Foram registrados 33 incêndios em favelas da capital paulista desde janeiro. Destes, nove foram em áreas que aumentaram o valor no mercado imobiliário, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).
O tema chamou a atenção da Câmara Municipal, que abriu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a possibilidade de se tratar de uma atuação criminosa. Porém, a CPI não realizou qualquer investigação até agora. A terceira reunião ocorreu em 12/9 e haverá outra dia 23.
Clique aqui para conhecer o projeto e contribuir.
Mayara Penina, 22, é correspondente de Paraisópolis.
@emayara
mayarapenina.mural@gmail.com

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Brasil cai no ranking!

Rankings são bons para campeonatos de futebol, desfiles de escolas de samba e concursos públicos. Para medir desenvolvimento, rankings são quase que completamente inúteis. Mas a midiazona adora um ranking, principalmente quando o Brasil está mal na parada. Então, saiba que o Brasil caiu no ranking... da carga tributária.

O Brasil estava na 21ª posição no ranking da carga tributária, em 2009. Em 2012, o Brasil caiu para a 33ª posição no ranking da carga tributária da fundação ultraconservadora The Heritage Foundation. Nossa carga continua a mesma, mas os outros países...

Note que metade dos países com carga tributária mais alta que o Brasil é de países desenvolvidos. E quase todos são mais ricos que nosso país. Imposto alto é coisa de país desenvolvido.



Fonte: List of countries by tax revenue as percentage of GDP

Você se indigna mais com corrupção ou com sonegação?

A corrupção impacta em 2% (dois por cento) nosso PIB, segundo pesquisador da Fundação Getúlio Vargas. Para um PIB de 4 trilhões de reais, isto é um prejuízo de 80 bilhões de reais. Para a FIESP, a corrupção dá prejuízo de 70 bilhões de reais.

Já a sonegação atinge um volume de um trilhão de reais. Divididos em cinco anos (que é o prazo para uma dívida caducar), temos um prejuízo público de 200 bilhões de reais por ano.

Por que, então, a maioria das pessoas (como você, por exemplo) se indigna tanto com a corrupção, mas não com a sonegação? Por que se organizam passeatas contra a corrupção, mas não contra a sonegação, que é 3 vezes pior?

Por que a FIESP monta uma impostura como o impostômetro, mas abriga os maiores sonegadores do país?

Você reclama da fila do SUS, como exemplo do que o governo não faz com os impostos. Mas o atendimento do SUS -- apenas uma das múltiplas faces do maior programa de saúde universal do mundo -- é uma obrigação do município. Você pede todas as notas fiscais, cujo imposto vai para o município? Inclusive em bares, médicos e dentistas?

Você se indigna com políticos corruptos, mas compra produtos contrabandeados ou sem nota fiscal?

Então, indigne-se com você mesmo.