quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Há vagas para engenheiros, mas nem tantas

Por Ivson

Para os padrões do Estado de São Paulo, Rolf Kuntz é até um cara sério – o Estadão, você sabe, tem, entre seus colunistas, gente como Sônia Racy e Suely Caldas -, mas hoje ele deu uma escorregada digna de suas fanaticamente antigovernistas colegas:
O Brasil continua diplomando uns 30 mil engenheiros por ano, enquanto a China forma entre 400 mil e 500 mil. A Índia, cerca de 200 mil. (…)”
Ok, precisamos mesmo formar muito mais engenheiros –  de preferência, de qualidade -, mas essa comparação numérica é cabulosíssima.  Os chinas são 1,3 bilhão, os indianos, 1,1 bilhão e nós, menos de 200 milhões. Ou seja, a população chinesa é cerca de seis vezes maior que a nossa. Assim, para estarmos formando, proporcionalmente, o mesmo número de engenheiros, teríamos que diplomar 180 mil e não entre 400 mil e 500 mil, como deixa entender o texto.  Desse modo, quem está mal mesmo é a Índia, também apresentada como bom exemplo por Kuntz. Afinal, com apenas uns 200 mil habitantes a menos, diploma 50% de engenheiros a menos do que os chineses.

Mais um exemplo do enorme cuidado que nós, pobres leitores, precisamos ter ao ler os jornais brasileiros. Se bobearmos, os coleguinhas nos engrupem na maior.

Ivson, blog Coleguinhas.

[Para ajudar Ivson, fiz a Googlenilha abaixo]

2 comentários:

  1. Feliz 2012 para você, seus familiares e seus leitores.

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  2. A Índia tem 200 milhões de habitantes a menos que a China, não 200 mil. É um Brasil de diferença...

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