sexta-feira, 4 de abril de 2014

Brasil é 3º em ranking internacional de eficiência em aplicação dos impostos

Entre 30 países de média e alta carga tributária, o Brasil está em terceiro lugar em eficiência de aplicação do dinheiro dos tributos, se calculada a arrecadação em relação à pontuação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Melhor que o Brasil, só Uruguai e Argentina.


Este estudo desmonta outro "estudo" divulgado por um instituto tributarista (IBPT), que possui seríssimos problemas metodológicos, pois não leva em conta a arrecadação nominal per capita dos países, mas o percentual de carga tributária.

Na tabela abaixo, -- feita com os mesmos dados do IBPT -- calculei o custo de cada milésimo de ponto IDH. Ela mostra a arrecadação -- e, portanto o quanto cada país gastou -- para atingir um mesmo resultado. Quanto menor o custo da pontuação IDH, mais eficiente será o país, pois consegue o mesmo resultado com menos gastos.



Confira a planilha: https://docs.google.com/spreadsheet/ccc?key=0AuERPic3WeZGdDR0X1AxeExmdXhxdXVfYXVwOTlMS2c&usp=sharing

Observação

[Atualização] Esta comparação acima é grosseira. O IDH não é adequado para comparar a eficiência de aplicação de recursos. Para isto, deveria se usar outras réguas que medissem burocracia, justiça, segurança, escolaridade, saúde, negócios, ambiente, transporte etc, que cobrissem não só o alcance populacional e a qualidade destes serviços mas também o tempo gasto para sua obtenção, por exemplo. Infelizmente, não achei nenhum índice geral deste tipo que cobrisse todos os países do mundo, mas o economista Leonardo Monastério mandou dois links de interessantes estudos sérios sobre o tema: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_1368.pdf e
http://siteresources.worldbank.org/INTPOVERTY/Resources/WDR/DfiD-Project-Papers/moore.pdf.

No entanto, fiz a tabela acima porque o IBPT usou o IDH. Mas usou de maneira totalmente sem sentido, compondo-o com porcentagem de carga tributária. Se é para usar IDH, deve ser comparado com a arrecadação nominal, não percentual.

Esta tabela fica aqui, então, como um alerta ao tipo de desinformação e manipulação de dados divulgados com má fé pelo IBPT. Sim, com má fé. Ou você imagina que advogados tributaristas e contabilistas deste instituto não sabem fazer as contas certas?

[Atualização 2] Estes dados se referem aos três níveis administrativos do Brasil: federal, estadual e municipal. Portanto, não mostram a realidade de um único partido ou coalisão partidária, mas o trabalho de todos os partidos que participam da administração pública brasileira. 

Leia mais sobre o IRBES do IBPT

terça-feira, 1 de abril de 2014

Brasil é 4º em ranking de eficiência na resolução de problemas

Os estudantes brasileiros se classificaram em quarto lugar na eficiência em resolução de problemas, pelo estudo PISA 2012, conforme estudos divulgados pela OCDE em 1º de abril de 2014.

Claro que os vira-latas como William Bonner, e a direita em particular, anunciam isto como "o Brasil está nos últimos lugares blá blá blá".

Acontece que qualidade em educação está diretamente ligada à riqueza dos países. Quanto mais ricos, melhor o desempenho. Se relacionarmos a riqueza dos países ao seu desempenho no teste PISA, veremos que o Brasil é bem mais eficiente que a grande maioria dos 44 países que entraram neste ranking.

Na tabela abaixo, eu dividi o PIB per capita pela pontuação do teste PISA em Resolução de Problemas, para gerar um "índice de eficiência", isto é, o quanto cada país é rico em relação ao desempenho no PISA.

Veja o ranking completo:



Link para a planilha: https://docs.google.com/spreadsheet/ccc?key=0AuERPic3WeZGdENZOUlocjFuYWQ0RkVYUHNrNWl3cGc&usp=sharing