terça-feira, 9 de agosto de 2016

Consultoria conservadora desmente o mito de que o PT teria "destruído" o Brasil

Gráfico com os países do mundo colocados em 4 quadrantes
Será que o PT destruiu o país, como o anti-petismo patológico alega? Segundo o Boston Consulting Group, parece que não.

No gráfico acima, do estudo SEDA, os países estão divididos verticalmente entre os que estão melhorando (dir) e os que estão decaindo (esq). Na divisão horizontal, estão os países com bom desenvolvimento (no alto) e os pobres (embaixo). O Brasil aparece no quadrante dos países com bom desenvolvimento e que não estão decaindo. Não é nenhuma posição extraordinária, mas desmente a ideia de que "o PT destruiu o país". O Brasil vai bem para quem arrecada 5 mil dólares per capita, obrigado.

Não é um petista que está dizendo, é uma consultoria liberal-conservadora.

Mais detalhes sobre o estudo SEDA do BCG.

O lugar do Brasil no mundo globalizado

PIB per capita relacionado com o índice SEDA. O tamanho das bolinhas é relativo ao tamanho da população. O Brasil está 67ª posição do ranking SEDA, um pouco melhor do que no ranking do PIB per capita.
O Produto Interno Bruto não é a melhor maneira de se aferir a riqueza dos países. Pensando nisto, o Boston Consulting Group criou o Sustainable Economic Development Assessment (SEDA) como "um diagnóstico desenhado para fornecer a líderes uma perspectiva de quanto efetivamente países convertem riqueza, medida pelos níveis de rendimentos, em bem-estar".

O SEDA usa 44 indicadores divididos em três eixos: Economia, Investimentos e Sustentabilidade.
  1. Economia leva em consideração Rendimentos, Estabilidade econômica e Emprego.
  2. Investimentos considera Saúde, Educação e Infraestrutura. 
  3. Sustentabilidade inclui Igualdade de rendimentos (Índice GINI), Sociedade Civil, Governança e Ambiente.
Leitura liberal-conservadora que vale a pena, para conhecermos a realidade brasileira e mundial.
Abaixo, o ranking dos países conforme a SEDA:



Salário de professora primária na Europa


Mapa da Europa com números de dois dígitos em cada país

Mapa do excelente blog de  um linguista que gosta de ciências e mapas.

Uma professora finlandesa ganha 42 mil dólares ppp ao ano. Equivalem a 133 mil reais, ou 10 mil reais por mês, no Brasil (ago 2016, dólar a R$ 3,16).

O Brasil arrecada 4 ou 5 vezes menos que estes países europeus e, portanto, nossas professoras recebem proporcionalmente menos. Mas nossas alunas tiram notas relativamente mais altas nos testes PISA.

Só que isto NUNCA é explicado pela imprensa privada, que prefere a abordagem vira-lata "Brasil está nas últimas posições no ranking da Educação".

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Brasil está apenas na 46ª posição no ranking da dívida pública

A dívida pública brasileira não é nada preocupante, se a compararmos com a de outros países. Estamos na posição nº 46, entre 182 países listados abaixo.

A lição que aprendemos vendo dados relacionados e contextualizados é que não podemos acreditar em notícias da imprensa privada golpista.

Os dados, falando nisto, são da organização de propaganda ultraconservadora The Heritage Foundation.

A planilha está compartilhada.


segunda-feira, 25 de abril de 2016

Brasil é a 7ª economia do mundo, embora esteja em 69º lugar em PIB per capita

O Brasil estava, no início de 2016, em 7º lugar no ranking do PIB nominal. Isto é bom para falar de igual para igual com os grandes países do mundo.

Mas nosso PIB per capita -- medida que reflete melhor a riqueza de um país -- é o 69º do mundo.

Ou seja: podemos falar grosso porque somos grandes, mas temos muitos problemas porque somos pobres.

Brasil tem o 69º PIB per capita em 2016

Segundo a instituição ultraconservadora The Heritage Foundation, em 2016, o Brasil está na posição 69 do ranking de PIB per capita, embora ocupe a 7ª posição em PIB nominal.

Um detalhe interessante é a posição da China. Cada vez mais rica, seus produtos começam a encarecer, o que fará muito bem às exportações brasileiras e a quem produz para nosso mercado interno substituindo produtos chineses.



quarta-feira, 20 de abril de 2016

Brasil tem a 48ª arrecadação per capita do mundo, em 2016

Abaixo está a arrecadação per capita dos principais países do mundo. Apesar de ser a 7ª economia mundial, o Brasil tem apenas a 48ª arrecadação per capita, três ou quatro vezes menor que a de países desenvolvidos.

Não caia na armadilha de economistas que comparam a porcentagem da carga tributária para sustentar que o Brasil gasta mal. Gente como Gustavo Ioshpe, que tem mestrado por Yale. Você acha que ele seria tão despreparado a ponto de cometer por engano um erro crasso destes? Não, isto é tática da zelite para manipular mentes (ele se julga elite, é elite e acha que quem deve governar é a elite).

Confesse, você caiu nesta! Achou que o Brasil tem a mesma riqueza dos países ricos e não faz as coisas por incompetência, não?

Eu caí.

Caía.

Fui fazer as contas para ver se era isto mesmo. Não era nada do que diziam.

Cara, que grande sacanagem esses caras fazem! Eles usam os valores errados só para confundir! Atitude desonesta, maucaratista, manipuladora, corrupta!

A conta tem que ser feita pela arrecadação por cabeça (per capita). É daí que sai o dinheiro de verdade para os governos fazerem as coisas.

Este valor eu mostro abaixo.

Peguei os dados da organização ultraconservadora The Heritage Foundation, 2016, pra não dizerem que são dados falsos.

Particularmente, achei muito alto o PIB capita brasileiro (na Wikipedia está um pouco menor), mas são os dados deles. Eu só reordenei a planilha.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Ranking do desemprego 2016: Brasil está em 89º lugar, no mundo

Brasil ocupa a 89ª posição em desemprego, no mundo, segundo dados da organização ultraconservadora The Heritage Foundation. Infelizmente, este índice foi aumentado em função da Operação Lava Jato, que, desnecessária e propositadamente, paralisou as grandes obras de desenvolvimento no Brasil, com o aparente objetivo de causar maiores danos ao governo federal.

Para acabar com o drama do desemprego, proponho a Primeirização, o fim do sistema baseado em patrão-empregado, e sua substituição por um sistema baseado em cooperativas de trabalho que enxuguem toda a mão de obra e tenha remuneração proporcional ao desempenho das empresas.

Brasil está no 25º lugar em carga tributária (2016), entre 179 países

Pelos dados da fundação ultraconservadora The Heritage Foundation, o Brasil está na posição 25 do ranking de carga tributária, em 2016. Entre os que têm mais impostos que o Brasil, a maioria é de países desenvolvidos da Europa. Entre os que têm menor carga tributária, a maioria é de países pobres. O Estado do Bem Estar Social exige impostos altos.

Antes que alguém diga que os impostos brasileiros são mal aplicados, já sugiro que entre nos portais de transparência do seu município, estado e do governo federal, para verificar se são mesmo mal aplicados.

Além disso, sonegação, corrupção e malversação de dinheiro público são os mesmos em quase todos os países do mundo, são características do subdesenvolvimento. Conforme vão se desenvolvendo, os países vão resolvendo estes problemas. Como o Brasil está resolvendo.



Planilha no Google.

domingo, 3 de abril de 2016

Primeirização como alternativa ao sistema patrão+empregado

Proponho que se comece a pensar na PRIMEIRIZAÇÃO, que vai no sentido contrário ao da terceirização. Na terceirização, coloca-se mais um patrão na jogada. Na Primeirização, acaba-se com as figuras do patrão e do empregado, as duas faces do patronato. Ninguém poderia comprar trabalho de pessoas físicas. Só empresas poderiam vender serviços.

Assim, só os sócios das empresas poderiam trabalhar. Sem impedir o empreendedorismo individual, este arranjo produtivo faria os sindicatos se transformarem em cooperativas de serviço.

Todas as pessoas -- TODAS -- seriam associadas a alguma cooperativa, enxugando o exército de mão de obra de reserva. Estas cooperativas de trabalho fariam sua planilha de custos como qualquer empresa capitalista. Aí entrariam casa, comida, transporte, vestuário, diversão, cultura, previdência, plano de saúde e tudo o que é necessário para se viver.  A seguir, as cooperativas dividiriam seu custo total pelo número de sócios ativos, isto é, aqueles que fornecem serviços para outras empresas. Assim, ficaria sem sentido um empresário dispensar fornecedores de serviços, pois isto aumentaria o preço do trabalho (e ele não teria onde contratar a preços mais baixos, pois não haveria mais desempregados). Desta maneira, acaba-se com o desemprego. Não desemprego de 5% ou 2%. Desemprego zero! Sem emprego, sem desemprego.

A este arranjo, soma-se o de contratos de remuneração do trabalho conforme o desempenho das empresas (trabalho como custo variável). Se a empresa contratante vai bem, os benefícios são proporcionalmente repassados para os fornecedores de serviço. Se a empresa vai mal, há diminuição da remuneração do trabalho, mas ninguém seria demitido. Isto praticamente tornaria as recorrentes crises capitalistas em meras marolinhas, já que não há desemprego realimentando o sistema.

A PRIMEIRIZAÇÃO resolve também o problema político levantado por Ricardo Semler: o autoritarismo do ambiente empresarial. Hoje, vivemos um quarto de nossas vidas em um ambiente em que só o dono da empresa manda. Com a Primeirização, o ex-patrão torna-se parceiro e os fornecedores de serviços se organizam da forma empresarial mais democrática que existe: a cooperativa. 
Socialismo da porta pra dentro, capitalismo da porta pra fora.

quinta-feira, 31 de março de 2016

Brasil é paraíso tributário para super-ricos, diz estudo de centro da ONU


Mais ricos representam 71 mil pessoas (0,05% da população adulta brasileira) e se beneficiam de isenções de impostos sobre lucros e dividendos, uma de suas principais fontes de renda. Além do Brasil, entre os países da OCDE somente a Estônia oferece esse tipo de isenção tributária ao topo da pirâmide.

Seminário discutiu experiências brasileiras de combate à pobreza em áreas urbanas. Foto: Wikimedia Commons / chensiyuan (CC)
Enquanto a maioria dos países da OCDE está aumentando a taxação sobre os mais ricos, no Brasil nenhuma reforma de fôlego foi realizada nos últimos 30 anos. Foto: Wikimedia Commons / chensiyuan (CC)

Os brasileiros super-ricos pagam menos imposto, na proporção da sua renda, que um cidadão típico de classe média alta, sobretudo assalariado, o que viola o princípio da progressividade tributária, segundo o qual o nível de tributação deve crescer com a renda.

Essa é uma das conclusões de artigo publicado em dezembro pelo Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG), vinculado ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

O estudo, que analisou dados de Imposto de Renda referentes ao período de 2007 a 2013, mostrou que os brasileiros “super-ricos” do topo da pirâmide social somam aproximadamente 71 mil pessoas (0,05% da população adulta), que ganharam, em média, 4,1 milhões de reais em 2013.

De acordo com o levantamento, esses brasileiros pagam menos imposto, na proporção de sua renda, que um cidadão de classe média alta. Isso porque cerca de dois terços da renda dos super-ricos está isenta de qualquer incidência tributária, proporção superior a qualquer outra faixa de rendimento.

“O resultado é que a alíquota efetiva média paga pelos super-ricos chega a apenas 7%, enquanto a média nos estratos intermediários dos declarantes do imposto de renda chega a 12%”, disseram os autores do artigo, Sérgio Gobetti e Rodrigo Orair, que também são pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

Essa distorção deve-se, principalmente, a uma peculiaridade da legislação brasileira: a isenção de lucros e dividendos distribuídos pelas empresas a seus sócios e acionistas. Dos 71 mil brasileiros super-ricos, cerca de 50 mil receberam dividendos em 2013 e não pagaram qualquer imposto por eles.

Além disso, esses super-ricos beneficiam-se da baixa tributação sobre ganhos financeiros, que no Brasil varia entre 15% e 20%, enquanto os salários dos trabalhadores estão sujeitos a um imposto progressivo, cuja alíquota máxima de 27,5% atinge níveis muito moderados de renda (acima de 4,7 mil reais, em 2015).

“Os dados revelam que o Brasil é um país de extrema desigualdade e também um paraíso tributário para os super-ricos, combinando baixo nível de tributação sobre aplicações financeiras, uma das mais elevadas taxas de juros do mundo e uma prática pouco comum de isentar a distribuição de dividendos de imposto de renda na pessoa física”, disseram os pesquisadores.

A justificativa para tal isenção é evitar que o lucro, já tributado na empresa, seja novamente taxado quando se converte em renda pessoal. No entanto, essa não é uma prática frequente em outros países do mundo.
“Entre os 34 países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que reúne economias desenvolvidas e algumas em desenvolvimento, apenas três isentavam os dividendos até 2010”, disseram os pesquisadores, citando México, Eslováquia e Estônia.

Contudo, o México retomou a taxação em 2014 e a Eslováquia instituiu em 2011 uma contribuição social para financiar a saúde. Restou somente a Estônia, pequeno país que adotou uma das reformas pró-mercado mais radicais do mundo após o fim do domínio soviético nos anos 1990 e que, como o Brasil, dá isenção tributária à principal fonte de renda dos mais ricos.

Em média, a tributação total do lucro (somando pessoa jurídica e pessoa física) chega a 48% nos países da OCDE (sendo 64% na França, 48% na Alemanha e 57% nos Estados Unidos). No Brasil, com as isenções de dividendos e outros benefícios tributários, essa taxa cai abaixo de 30%.
Além disso, o estudo concluiu que o Brasil possui uma elevada carga tributária para os padrões das economias em desenvolvimento, por volta de 34% do Produto Interno Bruto (PIB), equivalente à média dos países da OCDE.

Mas, diferentemente desses países — nos quais a parcela da tributação que recai sobre bens e serviços é residual, cerca de um terço do total, e há maior peso da tributação sobre renda e patrimônio — cerca de metade da carga brasileira provém de tributos sobre bens e serviços, o que, proporcionalmente, oneram mais a renda dos mais pobres.

“Enquanto o avanço conservador está sendo parcialmente revertido na maioria dos países da OCDE, que estão aumentando a taxação sobre os mais ricos, inclusive os dividendos (…); no Brasil, nenhuma reforma de fôlego com o objetivo de ampliar a progressividade do sistema tributário foi realizada nos últimos 30 anos de democracia, dos quais 12 anos sob o governo de centro-esquerda do Partido dos Trabalhadores (PT)”, disseram os pesquisadores, acrescentando que a agenda da progressividade tributária é um dos grandes desafios do país na atualidade.

Veja aqui o artigo completo.