sábado, 24 de setembro de 2011

Saiu o ranking da carga tributária 2010: Brasil em 30º

Compilei os dados da carga tributária de 183 países relativa a 2010. Muita gente precisa ver isto, principalmente comentaristas econômicos da velha mídia e os políticos da oposição.

A primeira tabela mostra a carga de impostos com relação ao Produto Interno Bruto (PIB), com dados da organização conservadora The Heritage Foundation. O Brasil ficou no 30º lugar em carga tributária. Existem 29 países com carga tributária maior que a do Brasil. Destes, 27 são países de grande desenvolvimento humano, europeus em geral.

Aí, confrontada com a realidade, a velha mídia vai dizer: "Ah, mas a população não vê o resultados dos impostos recolhidos". Para este  tipo de mentalidade, preparei a segunda tabela, com os países ordenados pela arrecadação per capita. O Brasil está em 52º lugar em arrecadação per capita, recolhendo 5 vezes menos que os países desenvolvidos.

Querem nível de vida escandinavo com arrecadação de emergente? É a pobreza, estúpido!

Aí vão dizer: "A situação estaria bem melhor se não fosse a corrupção!". Será? Um estudo da Fundação Getúlio Vargas mostrou que a corrupção impacta 2% (dois por cento) de nosso PIB. Na década, o TCU apanhou 7 bilhões de reais por ano em corrupção, mas a sonegação fiscal anual atinge 200 bilhões de reais, segundo pesquisa do Instituto de estudos tributários IBPT. Por que o movimento "Cansei 2.0" não vai às ruas contra a sonegação, que é 28 vezes pior que a corrupção? Espero que se indignem 28 vezes mais...

Essa neo-UDN!

Baixe a planilha da carga tributária mundial em 2010.




Entendeu ou quer que eu desenhe? OK. No mapa abaixo, quanto maior a carga tributária, mas verde é o país. A grama da Europa é muito mais verde!



E neste mapa, quanto maior a arrecadação, mais verde é o pais.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Brasil está entre os países mais eficientes em Educação

As maiores pontuações no teste PISA em geral estão relacionadas à riqueza dos países. É o esperado. Ricos têm melhor educação. Mas será um dinheiro bem gasto? Quanto custou cada ponto PISA conquistado?

Para criar um índice de eficiência na Educação, peguei o resultado do teste PISA 2009, aplicado em estudantes de 65 países, e relacionei com a renda per capita destes países. Quanto menor a renda per capita tem um país, em relação a cada ponto PISA, mais eficiente sua Educação. A planilha completa com o ranking dos testes de Leitura, Matemática e Ciências está aí abaixo.

Mas as manchetes da imprensa conservadora, de oposição, retrógrada e vira-lata dizem:

"Tragédia da Educação: Brasil está nos últimos lugares entre 65 países"

A realidade mostra:

"Milagre da Educação: Brasil está entre os países mais eficientes."

Mas o que me deixou impressionado foi o desempenho da China! Esta é a notícia, imprensalões estúpidos!

Link para planilhas Eficiência no teste PISA 2009

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A mídia abaixo da média

Por Luis Nassif, Coluna Econômica - 14/09/2011

Poucas vezes se viu um episódio coletivo de mídia tão nonsense quanto o da divulgação dos resultados do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio).

Os resultados foram dentro do esperado: melhoria de 10 pontos na média geral. Em 2009 o ENEM estava em 500 pontos. A meta era chegar ao longo da década em 600 pontos – o que significaria melhorar 10 pontos por ano. Apesar do aumento de inscritos – de 828 mil para 1,011 milhão – chegou-se aos 10 pontos.

De repente, o noticiário online foi invadido por estranhas manchetes: a de que a maioria dos alunos do ENEM tinha ficado “abaixo da média”. O jornal O Globo foi fulminante: “Mais da metade dos estudantes ficou abaixo da média do Enem 2010”. Na UOL, não se deixou por menos: “Enem "reprova" 63,64% das escolas”. Esse número equivale àquelas que ficaram abaixo da média.

Criou-se um samba do crioulo doido. Na maioria absoluta das estatísticas, a tendência é se ter uma maioria abaixo da média. Se todos melhoram, a média melhora, mas sempre continuará tendo uma parte abaixo da média e outra acima.

Suponha uma classe de 7 pessoas, com 3 notas 5, 2 notas 4 e uma nota 3. A média será 4,28. Logo, 43% (três alunos) estarão acima da média e 57% (4 alunos) abaixo da média. Suponha agora que a classe melhore e fique com 2 notas 10 e 5 notas 7. A média será 7,86. Mas 71% dos alunos estarão abaixo da meta contra 29% acima.

Na entrevista coletiva sobre o ENEM, praticamente todos os jornalistas insistiam na informação de que a maioria das notas tinha sido abaixo da média. O samba endoidou tanto que a presidente Dilma Rousseff chamou o Ministro Fernando Haddad ao Palácio, para saber que loucura era aquela.

O diálogo foi mais ou menos assim:

Dilma: Haddad, como é isso? Eles estão dando que há muitas escolas abaixo da média. Como surgiu essa confusão? Não sabem o que é a média em uma estatística?

Haddad – Presidente, o que posso fazer? Passei a tarde explicando para eles o conceito de média na estatística. Tentei explicar o que era uma distribuição estatística, que em geral forma uma curva, que a média (média aritmética de um conjunto de números) e a mediana (maior frequência de números na amostragem) são muito próximas, mas pareciam não entender. Cheguei a sugerir que ligassem para um matemático, um estatístico para se informarem, porque daqui a vinte, trinta, cinquenta anos, vão fazer a mesma conta (do percentual de notas abaixo da média) e vai dar a mesma coisa.

Foi em vão. Dilma encerrou a conversa dizendo que iriam especular que a convocação de Haddad ao Palácio teria sido para se explicar.

Chamou o líder do governo na Câmara, Cândido Vacarezza, presente à reunião, e pediu que desse uma entrevista informando que a presidente tinha ficado satisfeita com o resultado e manifestava sua preocupação com a confusão que a imprensa fizera com o conceito de média.

Pediu ainda que Vacarezza fizesse uma última tentativa de explicar o que era média aritmética.

Vacarezza explicou. Mas a confusão aumentou mais ainda.

sábado, 10 de setembro de 2011

Sonegação é 28 vezes maior que a corrupção

A corrupção pega pelo TCU e pelos TCE é de 40 bilhões de reais em 7 anos (http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5329821-EI7896,00.html). Menos de 7 bilhões por ano.

A sonegação fiscal é de 200 bilhões de reais por ano (http://www.ibpt.com.br/img/_publicacao/13649/175.pdf).

  • Por que esta mega preocupação pelo menor dos males?
  • Uma passeata contra a sonegação tiraria alguém de casa?
  • Está havendo uma epidemia de udenismo?