As maiores pontuações no teste PISA em geral estão relacionadas à riqueza dos países. É o esperado. Ricos têm melhor educação. Mas será um dinheiro bem gasto? Quanto custou cada ponto PISA conquistado?
Para criar um índice de eficiência na Educação, peguei o resultado do teste PISA 2009, aplicado em estudantes de 65 países, e relacionei com a renda per capita destes países. Quanto menor a renda per capita tem um país, em relação a cada ponto PISA, mais eficiente sua Educação. A planilha completa com o ranking dos testes de Leitura, Matemática e Ciências está aí abaixo.
Mas as manchetes da imprensa conservadora, de oposição, retrógrada e vira-lata dizem:
"Tragédia da Educação: Brasil está nos últimos lugares entre 65 países"
A realidade mostra:
"Milagre da Educação: Brasil está entre os países mais eficientes."
Mas o que me deixou impressionado foi o desempenho da China! Esta é a notícia, imprensalões estúpidos!
Link para planilhas Eficiência no teste PISA 2009
Interessante perceber que o Brasil é eficiente, apesar de um percentual do orçamento tão ínfimo destinado à educação. O que posso concluir é que os professores são muito eficientes diante de uma situação tão desalentadora nas escolas públicas do país. Temos pilotos de primeira linha, dirigindo "fuscas" em uma competição de fórmula 1 e ainda apresentando bons resultados. Imaginem se eles dirigissem "ferraris"...
ResponderExcluirAlice DM, Tem certeza mesmo do que fala?
ResponderExcluirhttps://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/rankorder/2206rank.html?countryName=Brazil&countryCode=br®ionCode=soa&rank=55#br
O orçamento em % do pib é equivalente aos países desenvolvidos...
Prezado professor José Antonio Meira da Rocha.
ResponderExcluirRecentemente, um colega apresentou-me esta página eletrônica, e, por causa dela, tivemos um caloroso debate sobre os dados que o senhor dispôs na planilha. Causou-me estranheza o fato do Quirguistão, o país de pior desempenho no PISA , ser o mais eficiente em educação; e a Noruega, um dos maiores IDH do mundo, estar entre os últimos colocados. Refletindo acerca do índice que foi elaborado, quanto menor for o resultado da divisão entre o PIB PPC per capita e a nota no PISA, acredita-se que maior será a eficiência em educação. Na planilha, a nota no PISA varia de um mínimo igual a 314 a um máximo de 556. A razão entre o maior e o menor número é 1,7. O PIB PPC per capita varia de $2200 a $179000, e a razão entre os dois números é 81,4. Não sou especialista no teste do PISA, mas é provável que deva haver um teto de desempenho para ele, porém não existe um teto monetário para o PIB PPC per capita. Em decorrência disso, suponhamos que dois países tenham tirado a mesma nota no PISA. O país de menor PIB PPC per capita seria o mais eficiente. Dessa forma, considerando a existência de um limite de desempenho no PISA, quanto mais próximo a nota do PISA estiver do seu máximo possível, mais o suposto índice de eficiência educacional valorizará os países de PIB PPC per capita mais baixo. Isso explica o notável desempenho da China na planilha: sua nota PISA foi elevadíssima, mas seu PIB PPC per capita é baixo em relação ao dos países mais desenvolvidos. Ocorre que, se há um limite para a nota PISA e não há um limite para o PIB PPC per capita, isso implicará distorções na avaliação da eficiência, com conclusões bizarras. Eis algumas:
1ª) Se um país duplicasse seu PIB PPC per capita, ele deveria também duplicar seu índice do PISA para manter-se no mesmo índice de eficiência. No caso do Quirguistão, se ele duplicasse seu PIB PPC per capita para $4400, seu desempenho no PISA deveria ser de 628 a fim de se manter no mesmo índice de eficiência. Ora, pela observação da planilha, nenhum país atingiu o índice 628 do PISA, o que implicaria dizer que, à medida que um país se enriquece, ele tenderia a diminuir sua eficiência educacional. Dessa forma, não seria interessante para o Quirguistão duplicar o PIB PPC per capita de sua população...
2ª) Estando próximo do teto do PISA, um país deveria diminuir seu PIB PPC per capita, para tornar-se cada vez mais eficiente em educação, ou seja, o país deveria diminuir a riqueza de seu povo em benefício de sua eficiência educacional.
3ª) Atingido o teto do PISA, qualquer aumento do PIB PPC per capita não traria mais nenhuma eficiência educacional, de modo que se deveria evitar gastos adicionais em educação, depois de se atingir a nota máxima do teste.
Em resumo, devido à existência de uma variável que possui um limite superior e baixa amplitude de variação - a nota do PISA – e outra que pode variar indefinidamente – o PIB PPC per capita - , o índice elaborado pelo senhor possui inadequações que o impediriam de ser utilizado como medida confiável de eficiência educacional.
Atenciosamente,
José Marcos
Olá, José Marcos!
ResponderExcluirSim, esta comparação é MUITO grosseira e imprópria, porque o PISA é elaborado segundo a Teoria da Resposta ao Item, e tem suas notas reunidas em torno do valor 500. Nesta página há uma outra comparação mais pertinente:
http://homemquecalculava.blogspot.com.br/2012/03/relacao-entre-educacao-e-riqueza-das.html
É a correlação entre a nota e o PIB per capita em dólares PPP.
Espero que gere mais discussões! :)
Abraços!
Olá, professor!
ResponderExcluirObrigado pela gentileza em responder-me. Verifiquei a página eletrônica que o senhor me indicou e notei que a análise ficou bem mais sofisticada.
Tudo de bom!
José Marcos