Este estudo desmonta outro "estudo" divulgado por um instituto tributarista (IBPT), que possui seríssimos problemas metodológicos, pois não leva em conta a arrecadação nominal per capita dos países, mas o percentual de carga tributária.
Na tabela abaixo, -- feita com os mesmos dados do IBPT -- calculei o custo de cada milésimo de ponto IDH. Ela mostra a arrecadação -- e, portanto o quanto cada país gastou -- para atingir um mesmo resultado. Quanto menor o custo da pontuação IDH, mais eficiente será o país, pois consegue o mesmo resultado com menos gastos.
Confira a planilha: https://docs.google.com/spreadsheet/ccc?key=0AuERPic3WeZGdDR0X1AxeExmdXhxdXVfYXVwOTlMS2c&usp=sharing
Observação
[Atualização] Esta comparação acima é grosseira. O IDH não é adequado para comparar a eficiência de aplicação de recursos. Para isto, deveria se usar outras réguas que medissem burocracia, justiça, segurança, escolaridade, saúde, negócios, ambiente, transporte etc, que cobrissem não só o alcance populacional e a qualidade destes serviços mas também o tempo gasto para sua obtenção, por exemplo. Infelizmente, não achei nenhum índice geral deste tipo que cobrisse todos os países do mundo, mas o economista Leonardo Monastério mandou dois links de interessantes estudos sérios sobre o tema: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_1368.pdf ehttp://siteresources.worldbank.org/INTPOVERTY/Resources/WDR/DfiD-Project-Papers/moore.pdf.
No entanto, fiz a tabela acima porque o IBPT usou o IDH. Mas usou de maneira totalmente sem sentido, compondo-o com porcentagem de carga tributária. Se é para usar IDH, deve ser comparado com a arrecadação nominal, não percentual.
Esta tabela fica aqui, então, como um alerta ao tipo de desinformação e manipulação de dados divulgados com má fé pelo IBPT. Sim, com má fé. Ou você imagina que advogados tributaristas e contabilistas deste instituto não sabem fazer as contas certas?
[Atualização 2] Estes dados se referem aos três níveis administrativos do Brasil: federal, estadual e municipal. Portanto, não mostram a realidade de um único partido ou coalisão partidária, mas o trabalho de todos os partidos que participam da administração pública brasileira.